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Linfedema: Causas, Diagnóstico e Classificação

  • Foto do escritor: Dra. Vanessa Tiscoski
    Dra. Vanessa Tiscoski
  • 6 de mar.
  • 3 min de leitura

Atualizado: 11 de mar.


Linfedema

O linfedema é uma condição caracterizada pelo acúmulo excessivo de líquido rico em proteínas nos tecidos, resultando em edema (inchaço). Este distúrbio ocorre quando o sistema linfático, responsável pela drenagem do líquido intersticial, apresenta falhas, seja por obstrução ou rompimento. Este problema pode ser primário (sem causa externa conhecida) ou secundário, sendo este último mais comum e relacionado a tratamentos médicos como cirurgias e radioterapia.


Linfedema Secundário: Causas Comuns


O linfedema secundário desenvolve-se após a obstrução ou ruptura do sistema linfático, frequentemente causado por procedimentos médicos como cirurgias e radioterapia. Um exemplo clássico é o tratamento de câncer de mama, no qual a remoção de linfonodos ou a radiação podem danificar o sistema linfático. Estima-se que 80% dos pacientes que desenvolvem linfedema após esse tipo de tratamento apresentem os sintomas até três anos após a cirurgia. Depois desse período, a taxa de ocorrência diminui significativamente, sendo de apenas 1% ao ano.


Diagnóstico do Linfedema


O diagnóstico do linfedema é predominantemente clínico, baseado em sinais como edema no membro, frequentemente afetando os dedos, sensação de peso e desconforto. Além disso, é essencial que o médico leve em consideração os fatores de risco conhecidos, como histórico de câncer e tratamentos relacionados. No entanto, é importante excluir outras causas de edema, como tromboembolismo venoso, infecções e malignidades.


Classificação do Linfedema


O linfedema pode ser classificado em diferentes graus de severidade. A Sociedade Internacional de Linfologia adota a seguinte classificação:


  • Grau I: Edema suave à palpação e reversível com a elevação do membro.

  • Grau II: Progressão do edema, que se torna fibrótico, irreversível e firme à palpação.

  • Grau III: Endurecimento cartilaginoso do tecido e alterações na pele, como hiperqueratose.


Os graus I e II são frequentemente associados a pacientes com câncer de mama, pois esses tipos de tratamento aumentam o risco de linfedema.


A Organização Mundial da Saúde (OMS), por meio do Comitê de Especialistas em Linfedema, também utiliza outra classificação, dividida da seguinte maneira:


  • Grau 0: Linfedema subclínico, sem sinais visíveis.

  • Grau 1: Linfedema reversível espontaneamente.

  • Grau 2: Linfedema irreversível, mas controlável com terapias adequadas.

  • Grau 3: Linfedema irreversível, com complicações como fibrose, papilomatose, queratose, fístulas linfáticas e angiomas.


Diagnóstico Quantitativo: Medida Circunferencial


Um dos métodos mais comuns para o diagnóstico de linfedema é a medida circunferencial (ou perimetria) da extremidade superior. Essa técnica envolve a medição de diferentes segmentos do membro, utilizando referências anatômicas específicas. Medições diferenciais de dois ou mais centímetros entre os membros são consideradas clinicamente significativas. Para isso, as medidas são realizadas a cada 7 cm a partir do olecrano (cotovelo), incluindo pontos acima e abaixo da fossa cubital.





Após as medições, pode-se calcular o volume do membro, tratando cada segmento como um par de circunferências (cone truncado). A fórmula utilizada para estimar o volume de cada segmento é a seguinte:


O volume do segmento é dado por: V=h. (C2 + Cc + c2) / (p. 12)


Onde:

  • V é o volume do segmento do membro.

  • C e c são as circunferências medidas nas extremidades.

  • h é a distância entre as circunferências.


Este cálculo é repetido para cada um dos cinco segmentos do membro, e a soma dos volumes resulta no volume total do membro afetado.


Conclusão


O linfedema é uma condição que requer diagnóstico precoce e acompanhamento contínuo, especialmente em pacientes que passaram por tratamentos de câncer. A avaliação clínica detalhada, a classificação do grau do linfedema e o uso de técnicas como a perimetria são fundamentais para o manejo adequado da condição. A conscientização sobre essa condição e a identificação precoce dos sintomas podem contribuir para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e prevenir complicações mais graves.

 
 
 

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